Lembro-me de um colega me contar, há uns anos atrás, que, ao pedir ao médico de família o atestado de comunicação interpessoal para frequentar o curso de Psicologia, o médico lhe terá respondido: “Olha, olha… mais um que vai para o desemprego…”
É lamentável forma como algumas pessoas encaravam (se é que não encaram ainda) o curso de Psicologia. Mas ainda mais lamentável é a forma como, por vezes, muitos psicólogos, estagiários e estudantes de psicologia se conformam e revêm nesta perspetiva.
Ao contrário de outras profissões, em que a união faz a força, quantas vezes não vemos os psicólogos de costas voltadas, a discordarem só porque a mesma realidade é dita por palavras diferentes. Talvez porque desde cedo também se habituaram a ver essa atitude em alguns dos seus mentores, que fazem da riqueza e diversidade da psicologia um ponto de conflito e desunião.
No dia em que todos os psicólogos tiverem orgulho na profissão, focando-se mais nas semelhanças do que nas diferenças e que, sobretudo, exerçam esta ciência com paixão, a Psicologia será grande. Quero acreditar que este dia já esteve mais longe. Talvez valha a pena pensar nisto…